segunda-feira, 28 de setembro de 2009

E daí?

"Todos os homens serão marinheiros, até que o mar os liberte"... Se Cohen sabia o que estava falando em "Suzanne", e eu nunca soube velejar, só me resta andar, prá valer. O destino? Sempre que me perguntam isso, gosto de parafrasear o Marlow do livro "No Coração das Trevas", de Joseph Conrad: "Meu destino! Coisa engraçada é a vida - misterioso arranjo de lógica implacável para um propósito fútil. O máximo que você pode esperar dela é algum conhecimento de si próprio... que chega tarde demais... uma colheita de inesgotáveis arrependimentos." Isso pode passar uma ideia meio desiludida ou até pessimista das coisas, mas a coisa não pára aí. Parece-me que o Marlow estava apenas se dando conta da futilidade de tantos de nossos supostos propósitos elevados, e levantando a inevitável questão: o que vale a pena? Essa resposta é inevitavelmente pessoal, e como esse blog é meu, vamos ver...
Mais importante do que o destino, é o caminho. Não vivemos pelos objetivos, mas antes para preencher (e dar sentido) à vida. O fracasso é relativo, pois a frustração constrói - o vazio absoluto é "o horror, o horror". Com efeito, talvez pode se dar por satisfeito quem tem algo prá contar, como o Marlow ao voltar do "Coração das Trevas". Com o espírito aberto, que nossa jornada não seja mera ilusão, assim tampouco será em vão. E, quem sabe, talvez ainda se possa assumir um tom mais otimista do que ele quando voltar? Senão veremos...





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